terça-feira, 15 de setembro de 2015

SL Benfica vs Sporting CP - Dérbi da Capital

    SL Benfica vs Sporting CP é o principal dérbi de futebol da cidade de Lisboa e também um dos principais do país. O famoso dérbi tem vários nomes, entre eles: Dérbi da Capital, Dérbi Eterno ou ainda Clássico dos Clássicos.

    A rivalidade é uma das mais antigas de Portugal. Em 1907, o SL Benfica (que na altura ainda se chamava Sport Lisboa) passava dificuldades financeiras e 8 jogadores resolveram deixar o clube e rumar ao Sporting, em busca de melhores condições, entre elas, um estádio melhor para jogar e um melhor salário. E assim nasceu uma das mais famosas rivalidades, que perdura até hoje.

    O primeiro encontro entre os dois clubes aconteceu no dia 1 de Dezembro de 1907, no Campo da Quinta Nova, em Carcavelos. O Sporting venceu por 2-1, após Cosme Damião, o fundador do SL Benfica, ter marcado um auto-golo. Segundo fontes da época, os jogadores do Sporting haviam saído do campo a meio desse jogo por causa de uma forte chuvada, mas voltaram a jogar devido à insistência do árbitro.

    Desde ai, em competições oficiais, as duas equipas encontraram-se 295 vezes, com 128 vitórias do Benfica, 106 vitórias do Sporting e 61 empates. O Benfica marcou 501 golos e o Sporting marcou 456. O SL Benfica e o Sporting CP já decidiram, 16 vezes, uma competição oficial frente a frente, tendo o Benfica saído vitorioso por 9 vezes e o Sporting por 7 vezes.*

    Os três melhores marcadores do Dérbi da Capital são Peyroteo (Sporting, 31 golos em 29 jogos), Eusébio (Benfica, 27 golos em 29 jogos) e Nené (Benfica, 17 golos em 38 jogos). Os jogadores estrangeiros com mais golos no dérbi são Óscar Cardozo (Benfica, 13 golos em 18 jogos) e Liedson (Sporting, 11 golos em 17 jogos). O treinador com mais vitórias no dérbi é Jorge Jesus, que treinou o Benfica e mudou-se recentemente para o Sporting numa transferência polémica. Jesus ganhou 10 vezes em 13 jogos, 9 deles ao serviço do Benfica e outro mais recentemente ao serviço do Sporting, no jogo da Supertaça Portuguesa de 2015.*

 
*Nota: Os números apresentados estavam atualizados no dia em que este texto foi escrito, ou seja, só estão contabilizados os jogos e golos até ao dia 15/09/2015.

Peyroteo, Violino goleador

    Fernando Peyroteo nasceu no dia 10 de Março de 1918 em Humpata, Angola. Durante a sua carreira, era o "homem-golo" dos famosos "Cinco Violinos" do Sporting CP.

    Peyroteo, desde cedo, começou a ganhar destaque no Sporting de Luanda.  Em Junho de 1937, com 19 anos, chegou a Lisboa, e em Setembro desse mesmo ano fez a sua estreia no Sporting CP, marcando dois golos contra o Benfica, num jogo que terminou 5-3 a favor dos leões.

    Ao longo da sua carreira, revelou-se um goleador nato, ajudando o Sporting a conquistar 1 Campeonato de Portugal, 5 Ligas portuguesas, 4 Taças de Portugal e 7 Campeonatos de Lisboa. Ao todo, contando com amigáveis e pequenos torneios, marcou 700 golos em 432 jogos, uma marca que hoje em dia ainda nenhum jogador conseguiu bater. Jogou ainda 20 jogos pela seleção, marcando 14 golos com a camisola das quinas. Foi ainda o primeiro jogador a marcar no Estádio Nacional.

    Houve algumas goleadas do Sporting em que Peyroteo se destacou: 11x0 ao Famalicão (6 golos), 14x0 ao Leça (8 golos) e 12x1 ao Boavista (9 golos). Contudo, a tarde de maior glória de Peyroteo foi aquela em que decidiu o campeonato, numa goleada frente ao Benfica. O clube encarnado tinha ganho ao Sporting por 3-1, e o Sporting tinha uma missão quase impossível: Tinha de ganhar ao Benfica por uma margem de golos superior ao jogo da 1ª volta. Peyroteo marcou os 4 golos que permitiram ao Sporting a vitória por 4-1.

    Peyroteo terminou a sua curta carreira em 1949, com apenas 31 anos. No dia 28 de Novembro de 1978, Fernando Peyroteo faleceu, com apenas 60 anos, vítima de um ataque cardíaco. O seu sobrinho-neto, José Couceiro, é treinador de futebol da atualidade.

     Quando Guilherme Espírito Santo jogava no Benfica, e a rivalidade entre o Sporting e o Benfica era enorme, brincava-se então que o verdadeiro adepto sportinguista, ao benzer-se, devia dizer:
«Em nome do pai, e do filho e do Peyroteo, que o Espírito Santo é do Benfica!»

    Para muitos, Fernando Peyroteo foi e sempre será um dos melhores jogadores a jogar no Sporting CP e no Campeonato Português, numa altura em que ainda não existia televisão nem Liga dos campeões e os jogadores ainda jogavam por amor à camisola e não por dinheiro, como acontece muitas vezes hoje em dia.


segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Eusébio, a Pantera Negra




    Eusébio da Silva Ferreira, conhecido simplesmente por Eusébio e apelidado de Pantera Negra, nasceu no dia 25 de Janeiro de 1942, em Lourenço Marques, Moçambique.

    Eusébio cresceu no bairro de Mafala, uma das zonas mais pobres da cidade. Desde muito cedo, Eusébio demonstrou gosto pelo futebol. Costumava faltar às aulas para ir jogar futebol com os seus amigos, descalço e com bolas improvisadas. Aos 8 anos, o seu pai morreu.

    Aos 15 anos, jogava numa equipa do seu bairro, «Os Brasileiros». Depois, tentou a sorte no seu clube de coração, o Desportivo, filial do SL Benfica, que o recusou. Não desistiu e tentou entrar no Sporting Lourenço de Marques, filial do Sporting CP, onde foi aceite e ganhou os primeiros títulos.
 
    As suas atuações atraíram o interesse dos grandes clubes de Lisboa, Sporting CP e SL Benfica. O Sporting foi o primeiro a entrar em contacto com a sua filial, mas o Benfica foi diretamente a Eusébio e à sua mãe. Antes que o Sporting CP pudesse fazer algo, o Benfica colocou Eusébio num avião para Lisboa, usando um nome falso. Para evitar que Eusébio "fugisse" para Alvalade, o Benfica levou o jogador para uma unidade hoteleira no Algarve, onde permaneceu até que o Sporting desistisse da contratação, o que não tardou muito a acontecer.

    Assim, Eusébio vestiu a camisola encarnada, estreando-se pelo Benfica num jogo de reservas frente ao Atlético, onde marcou 3 golos. Nesse ano, Eusébio viu o Benfica erguer a sua 1ª Taça dos Campeões Europeus (antigo nome da atual Champions League), ainda impedido de jogar devido às peripécias que se sucederam desde a sua chegada, que atrasaram a assinatura do contrato.

    No ano seguinte, a sua primeira época oficial no clube, Eusébio foi fundamental na vitória por 5-3 frente ao Real Madrid, na final da Taça dos Campeões Europeus, marcando 2 golos e permitindo ao clube a conquista da sua 2ª taça da competição, em 1962. Nesse ano, a France Football considera-o o 2º melhor jogador do mundo.

    Surgiram então, obviamente, os convites para jogar no estrangeiro: A Juventus ofereceu 16000 contos, enquanto que no Benfica ganhava apenas 300. O governo enviou-o para a tropa para o impedir de rumar a Itália, e o Benfica aumentou o seu salário para 4000 contos.

    Na seleção portuguesa, Eusébio estreou-se em 1961, numa humilhante derrota frente ao Luxemburgo, onde perderam por 2-4. Mas foi na fase de qualificação para o mundial de 1966, na Inglaterra, que Eusébio começou a ganhar destaque na seleção ao apontar 7 golos em 6 jogos. Na fase final do Mundial que Eusébio fez história, ao apontar 9 golos, tornando-se no melhor marcador da prova. Nesse ano, Portugal ficou em 3º lugar na prova, vencendo a URSS por 2-1 no jogo de 3º/4º lugar, com 1 golo de Eusébio. Foi também a melhor colocação de Portugal num mundial.

    Após o sucesso no mundial de Inglaterra, recebeu a Bola d'Ouro da France Football para melhor jogador a atuar no continente. Ganhou ainda 2 Botas d'Ouro para melhor marcador europeu, e ainda 7 bolas de prata de melhor marcador nacional.

    Durante o resto da sua carreira no Benfica, venceu 11 campeonatos nacionais e 5 Taças de Portugal. Porém, a sua carreira tinha sido complicada por inúmeras lesões e operações ao joelho. Embora isso não o impedisse de jogar, Eusébio acabou por deixar o clube em 1975. Rumou à América para jogar nos Estados Unidos, Canadá e México. Chegou ainda a voltar a Portugal para representar o União de Tomar e o Beira-Mar, mas inúmeras lesões complicaram a vida ao craque, que acabou por terminar a carreira em 1979, com 37 anos, nos Estados Unidos.

    Quando terminou a carreira, o SL Benfica homenageou o avançado com uma estátua em frente ao Estádio da Luz. A UEFA considerou-o o melhor jogador português de todos os tempos e, algum tempo antes, já a FIFA o tinha considerado o 7º melhor jogador de todos os tempos. Até ao seu falecimento, fez parte da comissão técnica da seleção nacional.

    Faleceu durante a madrugada do dia 5 de Janeiro de 2014, a menos de 1 mês de completar 72 anos de idade, vítima de insuficiência cardíaca. Foram vários os jogadores e equipas de futebol a deixar mensagens de solidariedade, amizade e apoio à família do jogador, Benfica e Portugal. Foi enterrado no cemitério do Lumiar, em Lisboa. Mais tarde, em julho de 2015, o seu túmulo foi transladado para o Panteão Nacional.

  Durante a sua carreira como avançado, marcou 733 golos em 745 jogos. Atingiu 64 internacionalizações e marcou 41 golos com a camisola das quinas. Tornou-se num símbolo incontestável do Benfica e do futebol Português. O seu estilo de jogar e a sua simpatia e forma de estar em campo é apreciada e respeitada tanto pelos colegas como pelos adversários. Eusébio partiu, mas a sua história será eterna.

Livro do Futebol - O ínicio

Bem vindos, esta é a primeira postagem no blog.

Este blog será dedicado ao futebol, o desporto-rei. Não só futebol da atualidade como também grandes jogadores e equipas do passado, bem como curiosidades, informações sobre estádios, etc.

Espero que gostem